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Vitor da Corcovado

"Coach, devo fazer o treino Rx ou adaptado?"


Uma das primeiras perguntas que ouvimos dos alunos iniciantes é “O que é esse Rx escrito do lado dos resultados no quadro?”. ‘Rx’ é simplesmente uma sigla para “como prescrito”, significa que você fez o WOD exatamente como está escrito, tanto em relação às cargas, quanto aos movimentos e repetições. Apesar da resposta ser simples, o conceito por trás disso é bem mais amplo e leva à pergunta do título: “Devo fazer o WOD Rx ou adaptar?”

Para responder essa segunda pergunta iremos começar relembrando o básico. Todo treino programado por nós tem como intuito melhorar o preparo físico geral dos alunos e a melhor maneira de atingir isso é com alta intensidade. No CrossFit relacionamos intensidade diretamente com Potência (força x distância / tempo), quanto maior a Potência gerada, maior a intensidade. Essas são as duas variáveis mais comumente associadas à otimização de resultados num treinamento. Não é o volume, a duração, frequência cardíaca ou desconforto, nada disso. Resumindo, faça mais trabalho (força x distância) em menos tempo e você entrará em forma mais rápido!

O segundo aspecto mais importante que precisamos levar em consideração é saber qual o estimulo esperado para aquele treino. Todo o esquema de combinação de movimentos, repetições e cargas programado para o treino do dia é feito levando em consideração como os alunos mais bem preparados da box irão desempenhar esse treino. Ou seja, o ‘Rx’ é apenas um ponto de referência para aplicarmos um dos conceitos mais belos do CrossFit, a adaptação do treino do dia para a capacidade de qualquer pessoa com qualquer nível de condicionamento físico e habilidade.

E por fim, o outro aspecto a ser considerado é a segurança na execução do movimento. É importante ser consistente nos padrões de movimento para então adicionar carga, intensidade ou habilidades complexas, evitando assim o surgimento de lesões.

A partir daí, para aplicar da melhor maneira possível essa adaptação, precisamos conhecer as capacidades físicas de cada um dos alunos. Para os movimentos de levantamento de peso é mais simples. Costumamos usar um percentual da carga máxima de cada um como referência para o treino do dia (carga máxima = PR que a Coach Ju falou no ultimo post). Colocando esse percentual você provavelmente vai se movimentar de maneira segura e no ritmo que esperamos para aquele treino.

Já para os outros movimentos, principalmente os de peso corporal, usamos normalmente o aquecimento e a parte técnica como uma maneira de avaliar cada um dos alunos e determinar se recomendamos o treino Rx ou com alguma adaptação. Importante lembrar que, não é porque conseguimos executar um movimento que ele é apropriado para o treino do dia. A habilidade precisa estar relacionada ao estimulo esperado e muitas vezes a adaptação é a melhor opção.

Adaptar um treino não é algo de que devemos nos envergonhar. Não é para os fracos e mal treinados e não significa que seu treino foi ruim por causa disso. Tenha orgulho do nível que você está hoje e fique feliz de estar no caminho certo para se tornar uma versão melhor de si mesmo.

E lembre-se, da próxima vez que você ver no quadro movimentos que você não tem certeza se consegue/sabe fazer, pergunte ao seu coach como adaptar, ele é quem te conhece melhor e saberá como te ajudar.

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